A humanidade tem um capítulo extremamente perverso na história. Temos a falsa ideia de que isso acabou, mas no ano passado, interditaram em uma obra na zona nobre de Fortaleza porque descobriram trabalhadores que estavam sendo mantidos em regime de escravidão. E se numa grande cidade tem isso, imagina nas fazendas, no meio do nada, na Amazônia, a escravidão ainda faz parte do nosso presente. Tem um documentário muito bom na Netflix chamado "A 13ª Emenda", ele faz um ligação direta entre a escravidão e o encarceramento em massa da população negra nos dias de hoje. Ele toca em vários outros pontos no decorrer do processo e tem vários especialistas no assunto de diversas correntes políticas pra pensar sobre (inclusive Angela Davis). O documentário foca principalmente nos Estados Unidos, mas dá de trazer muita coisa para a nossa realidade.
Durante o final do segundo reinado Existem diversos fatores que ajudam a entender a substituição da escravidão indígena pela escravidão africana. Entre elas há de se considerar a guerra bacteriológica. Os indígenas na América foram dizimados por diversas doenças trazidas pelos europeus, dentre elas a sífilis. Milhões de índios morreram simplesmente pela falta de resistência imunológica contra os vírus e bactérias trazidos pelos colonizadores europeus. Obviamente esse fator influenciou a busca por uma mão-de-obra escrava mais resistente aos duros trabalhos de exploração nas Américas. A solução encontrada foi o escravo africano. As epidemias tropicais africanas eram extremamente violentas e foram uma grande barreira à entrada e permanência dos europeus naquela região. Trazer para a América um escravo resistente a muitas doenças foi um fator importante na substituição do trabalho compulsório indígena na América. Porém, este aspecto bacteriológico é ainda pouco mencionado nos livros didáticos.
Quando os índios da Confederação dos Tamoios se aliaram com os franceses, a escravidão indígena foi dificultada. Os portugueses se aliaram aos grupos indígenas dissidentes (subornaram alguns líderes) e se iniciou uma guerra com a vitória dos portugueses, mas a escravidão indígena foi muito dificultada. O motivo da guerra para a Confederação dos Tamoios foi a escravização dos indígenas pelos portugueses. Já a escravidão negra teve outro processo, Portugal teve muita dificuldade de ocupar territórios militarizados na África, justamente em locais islâmicos ou em regiões cristãs como a Etiópia. Sobrando as regiões de, atualmente chamadas, Gana e Angola que cultuavam diferentes matrizes religiosas e não eram militarizadas, facilitando o tráfico de escravos para o Brasil, este país trouxe metade dos escravos trazidos de toda a África. Os portugueses como primeiro Estado-Nação (dinheiro não era do monarca e, sim, do Estado) facilitando as navegações de Portugal. No Brasil, para 4 escravos, 1 era mulher que servia como escrava sexual para os senhores de engenho. Os negros trabalhavam entre 7 e 8 anos, porque morriam pelas péssimas condições de vida impostas pelos Europeus.
Portugal escravizou, com ajuda da igreja católica que apoiava a escravidão de povos não cristãos, o Japão. O processo de escravidão japonesa foi muito pesado, começou em 1543, lembrando que o comércio de escravos em Portugal e nas expedições portuguesas, levavam muitos escravos japoneses nos navios. Com o fim das guerras civis japonesas, em 1595, o governo português recua e encerra a escravidão japonesa. Em cada local que Portugal ocupou fez escravos na população local. Uma lei assinada em 7 de Novembro de 1831, não permitia que um africano que chegasse; após esta data, fosse escravizado - esta lei foi peça chave para o, advogado negro, Luiz Gama libertar muitos negros por meio do "habeas corpus". O fim da escravidão foi postergada pelos "barões do café" que mesmo com a pressão da Inglaterra, só começou a ser implantada, efetivamente, no Ceará em 1884, o "Dragão do Mar" - Francisco José do Nascimento - um jangadeiro negro, recusou-se a trazer escravos e não permitiu que outros navios trouxessem negros escravizados. A pressão dos negros foi tão forte que a Princesa Isabel foi obrigada a assinar a abolição da escravatura em 1888, a data era para ser 12 de Maio, mas ela conseguiu adiar, ainda, por um dia. Dom Pedro 2 fugiu para não assinar a lei, indo fazer um "tratamento na Europa".
Os italianos e outros imigrantes chegaram para trabalhar no Brasil em condições análogas a escravidão, a situação era tão grave que a Europa chegou a proibir a vinda de imigrantes para o Brasil. Muitos estavam para morrer de fome, na Europa, e vinham escondidos para tentar se salvar e acabavam escravizados no Brasil. Os que fugiam, chegavam as grandes cidades e trabalhavam 16 horas por dia nas indústrias. Iniciando os primeiros movimentos de reivindicação urbana trabalhista.
Escravos do Século XXI
Fiquei um período estimado a 1/2 anos desempregado. Estava procurando por um emprego, aí me apareceu um emprego de auxiliar de serviços gerais. Fui e aceitei, quando eu estava começando a trabalhar logo percebi a malandragem do patrão. Teve um outro episódio semelhante a esse, para a vaga de auxiliar de marceneiro nas duas ocasiões eu trabalhei por um período de graça. Infelizmente por causa dessa crise, empresários cretinos se aproveitam das pessoas para explora-las até a última gota de sangue. A pergunta que fica é onde tá a porcaria dos direitos humanos nessa porra? Pra defender bandido, os direitos humanos aparecem engraçado. Pesado mesmo foi o alto teor de açúcar contido nas narrativas sobre o sistema mais desumano do mundo.
Há também a escravidão para com os imigrantes ilegais. A dificuldade pode levar às pessoas a se sujeitar a um trabalho escravo moderno em Portugal e outros países na Europa. A imigração descontrolado pode levar a isto, exploração fácil dos patrões sobre os trabalhadores. Chegam pessoas que venham ganhar menos dinheiro e que se sujeitem à piores condições e que não levantem a voz por direitos e regalias adquiridos pelos nativos desses países. Em qualquer lugar no mundo se não houver fiscalização haverá exploração. Como diz o ditado "a ocasião faz o ladrão". A diferença é cultural, alguns têm mais outros menos. Aqui no Brasil existem leis trabalhistas para "proteger" a mão de obra e "dificultar" a exploração, mas nem assim está deixa de existir. Os tribunais da justiça do trabalho estão abarrotados com processos que se arrastam há anos, fazendo girar uma máquina dispendiosa para o Estado. Se houvesse fiscalização do trabalho não haveria necessidade de tribunais exclusivos para o assunto. Há quem diga que a justiça trabalhista no Brasil já virou uma indústria.
Pelo que eu já sei da escravidão no Brasil e nas Américas, o holocausto judeu, para mim, desceu para segundo lugar em atrocidades contra a humanidade.
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